Este espaço será usado para dialogar sobre a Geografia do dia a dia, os eventos e acontecimentos que perfazem o cotidiano geográfico do espaço multiescalar.
Cerrado
Vivemos em meio ao Cerrado, mas nas encostas das colinas encontramos manchas de Mata Seca.
Outro dia voltava da escola e encontrava com vários vendedores ambulantes, cada um com um carrinho de mão: pequi, panã, cajá, coquinho azedo... fiquei pensando na profusão de cheiros e sabores que constituem a nossa paisagem, a nossa mesmo, sertaneja. Tentei me imaginar morando longe dessas variedades e descobri que meu lado brejeira, sertaneja, grita tão alto que nenhum carrinho que apareça coberto de morangos, cáquis, ameixas, quiwis, por mais saborosos que sejam , falam ou estimulam meus sentimentos e sensações quanto...
São frutos que caracterizam o MEU lugar, a minha gente, a minha cultura, a minha essência.
Sou sertaneja na alma. Por mais que ame o mar, que lute pela preservação da Mata Atlântica, o Cerrado é o meu lugar. E olha que não vemos por aqui os cajuzinhos do mato, as azedinhas, jatobás e tantos cheiros que povoam minha memória, descrevendo uma infância marcada pelos passeios, viagens e trilhas realizadas com os pés na areia fina do Cerrado...
Como disse o grande geográfo Milton Santos, a paisagem é tudo que vemos, que nossa visão alcança, marcada não apenas pela rigidez, mas povoada por cheiro, cores, odores , volumes....
( interpretação minha) constituindo as lembranças, interagindo com o lugar...
O Cerrado é o meu lugar. Com suas árvores de galhos tortos, casca dura, raízes profundas, folhas pequenas... O cerrado dos cheiros e sabores que o capital quer fazer acabar... que nós não podemos deixar.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário